Em oito séculos, a vida e obra de Francisco de Assis suscitaram milhares de livros. Então, por que publicar mais um? Só mesmo uma mensagem inédita levou o autor, Daniel Givaudan, a se debruçar sobre o papel por longos meses para escrever esta obra. Tudo começou numa certa primavera, tarde de noite, quando uma voz veio colocar-se "bem no centro de seu crânio" para, em seguida, delinear-se numa delicada luz diante de sua escrivaninha. Embora tenha aparência de romance, esta narrativa relata tão somente a realidade de uma existência, pondo em evidência um segredo que inquietou Francisco de Assis. Traz à tona verdades que não devem ser vistas como hostilidade aos dogmas de uma religião. E, embora possa perturbar, tira a mentira de seu esconderijo com ternura e compaixão, fazendo com que novamente exale o perfume da alma que o habitou.
Leal de Souza, brilhante escritor, teve papel de destaque no parnasianismo do início do século XX. Jornalista e crítico literário, lançou em 1925 o primeiro livro sobre Umbanda, intitulado No Mundo dos Espíritos, em que relata um inquérito realizado nos centros espíritas e terreiros do Rio de Janeiro, durante um ano, bem como detalhes sobre sua ligação com Zélio de Moraes e a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Sua segunda obra: O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda é, no entanto, a primeira a detalhar aspectos fundamentais da Umbanda, numa época em que era uma heresia falar sobre o assunto. Ele fazia parte do círculo literário de Olavo Bilac, Alcides Maya, Humberto de Campos e outros baluartes da literatura brasileira. Este trabalho desvela sua dedicação à espiritualidade, especialmente como praticante admirável e defensor ardente desta religião, bem como sua brilhante carreira. Nestas memórias, há poemas publicados pelo escritor em livros e revistas, além do belíssimo poema Morte e Encarnação, ditado por ele a Chico Xavier após o desencarne.